Este é o ínicio de um conto baseado na série alemã de ficção científica chamada Pherry Rhodan, estou trabalhando para terminá-lo.
Já faziam 37 horas que eu caminhava entre árvores e raízes, meu corpo tinha chegado ao limite de esforço que era possível agüentar naquele momento.
Os sóis de Navord se esforçavam para penetrar naquela floresta densa e úmida de cor levemente azulada, em alguns pontos a temperatura era extremamente elevada, chegando a atingir a marca 65ºC nos locais de menor altitude. Os poucos raios que conseguiam penetrar naquela floresta eram suficientes para iluminar a trilha imaginária que instintivamente era traçada na minha mente de 10 em 10 minutos. Nas primeiras 3 horas eu não conseguia perceber onde e quando estava, efeito colateral do campo paratron de 5º dimensão.
A real situação só se tornou clara quando lembrei de uma conversa que tive com Icho Tolot em meu camarote há três dias atrás. Segundo ele o mecanismo de aprisionamento no campo paratron foi projetado pelos antepassados de sua raça em tempos imemoriais e que nem eles os Halutenses com seus dois cérebros e dois corações conseguiam perceber facilmente quando estavam num campo paratron. Segundo ele só os oxtornenses tinham facilidade de perceber um campo desses, mas essa raça não pode ser tomada como parâmetro de comparação. Seu corpo e mente são mais desenvolvidos para situações extremas tanto no nível psicológico como físico. Para eles um campo de paratron seria como um safári na África, um lugar de gravidade reduzida como qualquer outro, ótimo para se tirar umas férias. Mas para nós humanos as coisas não eram tão simples assim.
Segundo Tolot, toda mente inteligente possui mecanismos de percepção de realidade que são acionados de tempos em tempos conforme variação de fatores externos como densidade do ar, temperatura e gravidade. Quando nosso corpo começa a sentir o efeito estafante de qualquer um desses fatores, nossa mente desperta em algum ponto e pergunta a si mesma se aquilo é realidade ou sonho. Esse é o momento para se acordar dentro de um campo paratron. Às vezes chego a pensar que valeria a pena nem acordar, simplesmente se deixar morrer sem ter a mais breve consciência disso, o sofrimento seria menor. Mas se você acorda, ainda existe uma chance de sobrevivência, e é por isso que acordamos, instinto de preservação humana. Mas o preço a ser pagar é alto, as dores físicas são quase insuportáveis, pois a gravidade e temperatura são extremamente elevadas para os seres humanóides. A confusão mental é uma constante, é como se uma droga poderosa tivesse sido injetada diretamente no cérebro e transformasse sua vida de um segundo para outro num inferno. Essa é a melhor descrição de um campo paratron de 5º dimensão para o ser de uma raça humanóide, o inferno cristão da idade média, aquele de Dante. Sem o romantismo característico da época, só a dura realidade científica do ano de 2469.
continua...
segunda-feira, julho 11, 2005
Acordei dentro de um campo Paratron.
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