segunda-feira, julho 25, 2005

Barraca, Iglu, yurt, yurta, oca e tenda

Para compreender melhor a origem da barraca faz-se necessário um estudo aprofundado da origem do homem e de suas peregrinações pelo mundo através de novos lugares que lhe oferecessem mais alimentação e segurança contra os enormes predadores e tribos inimigas que ameaçavam sua raça. Foram necessários milênios de evolução para que a barraca fosse produzida industrialmente, a idade média com as grandes cruzadas religiosas, foi a percursora de barracas produzidas artesanalmente, o que durou algumas centenas de anos. Para se entender a produção industrial de barracas devemos nos remeter a primeira guerra mundial, onde milhares de homens foram mandados a lugares longínquos para lutar por seu país, tentando sobreviver em condições extremas de vida, necessitando ao máximo de abrigo seguro. Logo após, o próximo passo na evolução industrial de barracas aconteceu no início do século XX, época em que começaram a ser conquistadas as grandes montanhas.
Desde então fez-se necessário o uso de barracas mais apropriadas, já não se podia mais usar tendas militares rústicas e pesadas, necessitava-se de barracas fortes, resistentes e ao mesmo tempo leves.

POVOS NÔMADES E SEMI-NÔMADES

Tomando como referência para o estudo de alguns povos nômades de extrema importância na invenção de abrigos usaremos o Atlas das Raças Humanas escrito por J.M. Thomas, Domenech e A. Padilha Bolívar.
O ponto de partida para este estudo seria um dos povos mais importantes na configuração das barracas mais conhecidas e utilizadas hoje em dia, a iglu.


OS ESQUIMÓS

Os esquimós, que etimologicamente são os “comedores de carne crua”, estendem-se pelas zonas setentrionais da América do norte desde o Alasca até a Groelândia, localizações geográficas com climas extremamente rudes ao ser humano. Os esquimós possuem membros curtos, grossos, de estatura baixa, média de 1,58m. Crânio alto e alongado, rosto de forma pentagonal, largo e de maças salientes e frente trapezoidal. Pele cor pardo, amarelada; cabelo liso e negro.


A pilosidade facial ou corporal é quase nula, fazendo que se assemelhem as focas, animal muito utilizado na fabricação de canoas, roupas e acabamentos da Igloo bem como para sua alimentação.
Os esquimós não vivem em clãs nem tribos, uma esposa ou companheira é vital para fazer frente junto as adversidades climáticas e geográficas em que sobrevive este homem, é comum a bigamia, a convivência social é de total liberalismo, havendo o intercâmbio ou “empréstimo” de esposas. Tatuagem nas faces servem para distinguir mulheres casadas de solteiras. Alimentam-se de carne crua, sendo os cães e caribus os animais domésticos vitais. Aproveitam dos ossos de animais para confecção de arco, flechas, arpões e facas. Na primavera disfarçam-se de foca, vestindo uma pele semelhante às presas para se aproximarem da caça e arpoá-las.


O IGLÚ (Igloo)

Os Iglus são a casa de inverno dos esquimós, mas ao contrário do que todos pensam, estes abrigos não são feitos de gelo, mas sim de neve (empilhada por uma tempestade).
A neve é um excelente isolante e mantém uma temperatura agradável dentro do iglu.
Quando chega o verão, os esquimós constroem suas casa com pele de foca ou até mesmo como ocorre nas terras limítrofes com a Ásia a mesma é construída de pedras. Entra-se nela por um túnel subterrâneo e seu interior é também revestido de pele de focas.
Quando um esquimó encontra um leito de neve apropriado, ele traça a circunferência do iglu e corta os blocos de neve, cada bloco tem cerca de 75 cm de comprimento por 50 cm de largura e 25 cm de expessura. Os blocos são ”recortados” na metade do círculo marcado. A fossa assim cavada serve de piso de entrada para a habitação, a parte não “recortada” do círculo, que permanece no nível original da superfície, forma propriamente dita, a casa. Segundo o brasileiro Camille Kachani em reportagem feita para revista Geográfica Universal, n° 247 de 1995 – pg 70, a maioria dos esquimós hoje em dia sobrevive em pequenos vilarejos com cerca de setenta habitantes. Lá os Iglus foram trocados pelas casa feitas em madeira com aquecimento produzido através de geradores. Apesar disso a aldeia não tem televisão e é raro contato com o mundo exterior.

OS MONGÓIS

Estão localizados desde o sul da Rússia até a China (Ásia Central) nas estepes da Mongólia. Os mongóis possuem um tipo esbelto de estatura média 1,65 m, crânio braquicéfalo, maças do rosto salientes, nariz alto de perfil reto ou convexo. Olhos rasgados sem prega palpebral, pele morena e cabelos negros, possuem certa semelhança com o povo chinês.
Os mongóis são um povo que vivem em estepes e são pastores, vivem em um semi-nomadismo, movimentando-se de lugar quando as condições climáticas exigem.



A YURT

As pequenas tendas Mongóis (Yurt) são cilíndricas e terminam em cúpula, casa habituais das tribos pastoras. São feitas de um trançado de madeira de salgueiro, unido por tiras de couro de cabras. Segundo Michel Setboun diz em reportagem feita para revista Geográfica Universal, n°227 de 1993 – pg 28; “ A medida que comia, eu observava o interior da Yurt. Ela parecia bem maior vista por dentro do que de fora. Talvez a sua forma circular engane nossos olhos. Ou talvez por serem vazias na parte central...” , podemos certamente entender que suas tendas possuem um ótimo espaço interno e vistas de fora não ocupam muito espaço físico, o que é extremamente útil quando se tem um espaço limitado para armar um acampamento.

OS SIBERIANOS
Os siberianos vivem na tundra e taiga do setentrião do continente asiático, constituindo a tribos dos samoiedas, estiakos, vogul, yukaghir, chukchi, koriakos e kamchadales. De tipo robusto, altura baixa, 1,55m. Cabeça mesocéfala, rosto liso de maçãs pouco salientes, nariz de perfil convexo, olhos oblíquos sem prega palpável. Pele branca amarelada; cabelo castanho ou negro, ondulado. Pilosidade facial e corporal quase nula. As relações entre homens e mulheres podem ser estreitas, baseando-se a organização social destas tribos na grande família patriarcal de laços consangüíneos. O elemento afim é um animal-totem. Como personagens mais importantes devem citar-se o shamam ou sacerdote e os caçadores mais adestrados. O matrimônio se resume em pagar um resgate ou kalin ao pai da noiva. Se o futuro esposo não dispõe do valor monetário preciso, pode arranjá-lo trabalhando algum tempo na casa dos sogros. Povos caçadores e pastores, sua economia está estritamente ligada às renas e aos cães, que tiram dos trenós e que servem de alimento, além de ser utilizada sua pele. Os pescados, crus, defumados ou fermentados são seus alimentos básicos. As martas, esquilos, arminhos, búfalos, etc, os abastece de pele e são economicamente apreciadíssimas. Utilizam o osso , as cascas de álamo branco, vértebras de baleia e inclusive as urtigas, das quais os ostiakos fazem uma fibra com que confeccionam suas camisas, para fabricar facas, móveis domésticos ou canoas ligeiras de pele de foca e vértebras de baleia.


A YURTA

A casa comunal, ou yurta, compreendendo duas ou três dezenas de famílias, é a forma típica desses povos se agruparem. Os koriakos vivem em tendas com teto de duas vertentes, e os chukchi em outras feitas com armações de costelas de baleias, recobertas de pela de foca ou rena. O vestuário, indistintamente para ambos os sexos, se compõe de um par de túnicas e de umas calças de pele de rena, ligados a umas botas do mesmo material.

OS CARAÍBAS

Os tyriyós pertencem à família linguística caraíba. São de estatura baixa, média 1,60m; pele cor de argila amarelo-cinzenta; cabelos lisos, grossos e negros; olhos forma de amêndoa e cor escura. Robustos; rosto arredondado . A não ser nos dias de festa tribal, andavam nus. Família geralmente monógama. O casal é sempre fiel. A tribo possui um chefe temporal, o pajé. As canoas indígenas são feitas de casca de árvore, as chamadas piroga ou ubá. Além do arco e flecha, em certas tribos utilizam a zarabatana ou esgaravatana, que é uma arma de sopro que despeja setas envenenadas contra o alvo. No preparo e limpeza de área usam o sistema de coivara (queimada). Da farinha de mandioca é feito o pão que é posto no fogo a cozinhar. O instrumental para as lavouras são os mais rudimentares que foram conhecendo no contato com o civilizado. O indígena é fetichista, acredita nos espíritos maus que invadem a aldeia e nos espíritos da floresta. As danças duram dias e as mulheres observam a distância. Destaca-se a arte "marajoara" e a cerâmica entre os "carajás". Usam tintas( para o corpo e para outras pinturas também ) obtidas do "urucu".
Na maioria das tribos brasileiras, os mortos são enterrados em urnas de barro, enormes, nas quais o corpo fica sentado. Em muitas tribos, assim que pacificadas, adotaram a vestimenta dos civilizados, a escola, a boa agricultura e da pecuária; do artesanato e da religião católica ou protestante. As canoas indígenas são feitas de casca de árvore, as chamadas piroga ou ubá. Além do arco e flecha, em certas tribos utilizam a zarabatana ou esgaravatana, que é uma arma de sopro que despeja setas envenenadas contra o alvo. No preparo e limpeza de área usam o sistema de coivara (queimada). Da farinha de mandioca é feito o pão que é posto no fogo a cozinhar. O instrumental para as lavouras são os mais rudimentares que foram conhecendo no contato com o civilizado. O indígena é fetichista, acredita nos espíritos maus que invadem a aldeia e nos espíritos da floresta.



A OCA

As aldeias ou malocas se compõem de ocas de seis famílias (algumas aldeias possuem ocas com capacidades muito maiores). As casas têm um formado elipsóide, feitas com esteios, amarrados no teto e cobertas com capim sapé. Dormem em redes tecidas em algodão ou fibra de buriti que são atadas aos esteios da casa. As ocas são dispostas em círculo, em torno de uma praça chamada ocara.

OS CIGANOS

Segundo estudado em partes do livro Mutation Tsigane(Mutação Cigana), de J.P.Liégeois, há uma lenda cigana, passada por geracões e gerações, que diz que o povo cigano foi guiado por um rei no passado e que se instalaram em uma cidade da Índia chamada Sind onde eram muito felizes. Mas em um conflito, os muçulmanos os expulsaram , destruindo toda a cidade. Desde então foram obrigados a vagar de uma nação a outra...
A razão pela qual abandonaram as terras nativas da Índia permanece ainda envolvida em mistério. Parece que eram originariamente sedentários e que devido ao surgimento de situações adversas, tiveram que viver como nômades. Segundo outra lenda, narrada pelo poeta persa Firdausi no século V d.C., um rei persa mandou vir da Índia dez mil Luros, nome atribuído aos ciganos, para entreter o seu povo com música. É provável que a corrente migratória tenha passado na Pérsia, mas em data mais recente, entre os séculos IX e X. Vários grupos penetraram no Ocidente, seja pelo Egito, seja pela via dos peregrinos, isto é, Creta e o Peloponeso. O caráter misterioso dos ciganos deixou uma profunda impressão na sociedade medieval. Mas a curiosidade se transformou em hostilidade, devido aos hábitos de vida muito diferentes daqueles que tinham as populações sedentárias. A presença de bandos de ex-militares e de mendigos entre os ciganos contribuiu para piorar sua imagem. Além disso, as possibilidades de assentamento eram escassas, pois a única possibilidade de sobrevivência consistia em viver às margens das sociedades.
Os ciganos eram facilmente identificados com os Turcos porque indiretamente e em parte eram provenientes das terras dos infiéis, assim eram considerados inimigos da igreja, a qual, condenava as práticas ligadas ao sobrenatural, como a cartomancia e a leitura das mãos que os ciganos costumavam exercer.
Dos preconceitos á discriminação, até chegar as perseguições. Na Sérvia e na Romênia foram mantidos em estado de escravidão por um certo tempo; a caça ao cigano aconteceu com muita crueldade e com bárbaros tratamentos. Deportações, torturas e matanças foram praticadas em vários Estados, especialmente com a consolidação dos Estados nacionais.
Sob o nazismo os ciganos tiveram um tratamento igual ao dos judeus: muitos deles foram enviados aos campos de concentração, onde foram submetidos a experiências de esterilização, usados como cobaias humanas.
Calcula-se que meio milhão de ciganos tenha sido eliminado durante o regime nazista. Atualmente, os ciganos estão presentes em todos os países europeus, nas regiões asiáticas por eles atravessadas, nos países do oriente médio e do norte da África.



A TENDA

Suas tendas eram feitas de armações de madeira do local onde estavam acampados, ou madeiras trazidas em suas carroças, cobertas com fortes panos feitos por eles mesmos com tecidos negociados em encontros com caravanas

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