quarta-feira, maio 04, 2005

Do Bep-bop ao Third Stream...


Charlie Parker que me perdoe, mas o surgimento do estilo cool foi essencial para que o Jazz tomasse um rumo mais harmônico e cerebral do que aqueles solos e síncopas nervosas do bep-bop que tanto me irritam. É como se o disco girasse numa rotação superior, coisa para virtuoses e neuróticos. Graças a Miles Davis, que também deve ter se irritado com isso, a harmonia volta a ser resgatada e só assim voltamos a ter contato com esse som maravilhoso do verdadeiro Jazz.
Foi Miles Davis que mais tarde inovou e ajudou a criar o Fusion ou Jazz Rock, controverso entre os Jazzistas, mas de extremo bom gosto comparado ao Bep-bop. É claro que esse estilo foi corrompido com o surgimento de sintetizadores eletrônicos e coisas do tipo. Mas tanto Miles como Charlie eram músicos além de seu tempo e continuaram a ajudar na evolução do Jazz, resgatando mais uma vez a verdadeira essência com o estilo Third Stream, onde se encaixa o incrível Dave Brubeck. Que maravilha fizeram eles, uniram de vez a música clássica ocidental com o Jazz de raiz rítmica.
Conta a lenda que esses grandes músicos de Jazz sempre brincaram com a união da música clássica ao improviso do Jazz, mas isso sempre foi som para poucos. Eles se reuniam em grupos, tocavam uma peça clássica e cada um tinha o seu momento de improvisação, devendo voltar a peça clássica no tempo certo. Os que não conseguiam esse feito paravam de tocar e ficavam de fora da roda só escutando os que realmente conheciam da arte... Quem me dera estar sentado num lugar desses tomando um belo copo de wisky e apreciando a verdadeira essência deste estilo musical tão maravilhoso.

5 comentários

Anónimo disse...

Esses dias escutei na educativa um Jazz com Charlie Parker no estilo Bep-bop e lembrei desse seu texto... muito interessante sua observação! continue escrevendo sobre Jazz que continuarei entrando no seu blog e lendo suas críticas. até mais

Anónimo disse...

Como vai meu querido, não sabia dessa sua capacidade para textos sobre música. Como anda essa vida, estou com saudades!!! Beijos

Anónimo disse...

Oi Jack,

também não sabia que você entendia de jazz assim teoricamente. Sou apaixonada por jazz, mas, coitada de mim, só sei mesmo ouvir. Mas devo contradizer você: bebop foi apenas um gênero que enfatizava mais o virtuosismo que a harmonia. Essa fase foi importante na evolução dos gêneros jazzisticos. Não brigue com o bebop. Tem coisa boa também

Anónimo disse...

Jack, pobre de mim que entendo tão pouco de Jazz... Como você bem sabe sou apaixonada por Rock and Roll e, o máximo que ouvi até hoje foi o Fusion, graças a bandas que se utilizaram dessa vertente do Jazz para suas composições dentro do Rock.Portanto, depois de tantos pedidos teus e displicência minha em relação aos textos, devo te dizer que está muito bem escrito, bom de verdade, e, se seu receio era ser superficial pois, como vc mesmo disse "foi uma piração! eu nem entendo tudo isso de Jazz" devo te falar que ficou bárbaro, e que vc entende sim, de Jazz e de boa música, sempre.

Anónimo disse...

Jack, pra você que gosta de jazz e blues : descobri uma mulher americana (do Texas) que canta composições próprias: Jolie Holland. Conhece? Eu amei. Parece uma Billie Holliday na voz e jeito de falar as palavras, mas cantando outras coisas. Tem coisas lindas e outras nem tanto (péssimas pra ser franca!)Vale a pena.. Visite o link:
http://www.abc.net.au/rn/music/liveos/default.htm

beijo

Enviar um comentário